O presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante, criticou a decisão da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues de conceder apenas 20 minutos para a defesa de cada réu apresentar as considerações preliminares no júri dos acusados da morte de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes.
A decisão levou os advogados de defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a abandonarem o julgamento.
Em nota publicada no fim da tarde de ontem no site da instituição, Cavalcante classificou como “desrespeito” e “uma forma de amesquinhamento do amplo direito de defesa” a atitude da juíza.
Para o presidente da OAB, em “casos com essa complexidade o magistrado deve agir com maleabilidade”.
Cavalcante também rebateu as declarações do presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), Nelson Calandra, que afirmou ontem que o abandono do júri por um advogado é “grave ofensa ao Estado brasileiro”.
Segundo o presidente da OAB, “classificar esse ato de agressão é dizer que o Estado representado pelo juiz é mais importante que o cidadão representado pelo advogado”.
Para ele, “ofensa é não conceder à defesa o prazo necessário para que se possa promover a defesa de seu constituinte”.
A polêmica sobre a o tempo da defesa de cada réu foi um dos principais fatos do primeiro dia de julgamento.