Para Múcio, base exerceu maioria para rejeitar Dilma na CPI

O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, reconheceu nesta quarta-feira (26) que o governo exerceu a maioria ao votar pela rejeição da convocação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos. "A nossa base entendia que não havia motivo para isso e exercemos a maioria", afirmou. Ela prestaria esclarecimentos sobre o vazamento de dados considerados sigilosos da família do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

No entanto, ele lamentou a ameaça de convocação do ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Armando Félix. "É isso que nós lamentamos", disse Múcio, referindo-se à ameaça da presidente da comissão, Marisa Serrano (PSDB-MS), de convocar o general, mesmo sob o uso da força. "O bom é que a CPI faça seu trabalho de esclarecimento sem precisar que haja o enfrentamento político." O ministro afirmou que vai conversar com as lideranças no Congresso para saber como isso vai ser administrado já que o ministro Félix está de férias e fora do País.

Para Múcio, a decisão da CPMI de rejeitar a convocação de Dilma Rousseff foi soberana. "Nós não podemos politizar neste momento. A base está mobilizada e isso é da democracia." Ele confirmou que adiou sua viagem para Recife para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, por causa da comissão. "É fato. Foi por causa da preocupação com a CPI. Imagina que o presidente foi para o meu Estado e eu desejava muito estar lá agora. Mas a responsabilidade pesou mais e eu mesmo achei que deveria ficar", afirmou.

Diante da rejeição da convocação da ministra, José Múcio espera agora que a CPI avance. "Nós torcemos para que a CPI avance. Não tem nada embaixo do tapete e, por isso, a iniciativa da CPI partiu do próprio governo. De maneira que queremos que, sem açodamento político, sem espírito de revanchismo, sem aquela preocupação de atrapalhar quem quer trabalhar, desejamos que a CPI tenha amplo sucesso." Múcio disse que só se houver necessidade a ministra Dilma comparecerá à comissão. "Mas acho que tudo será esclarecido dentro da CPI", disse.

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