Para ministro a corrupção é muito grande

Brasília – O ministro Waldir Pires reconheceu ontem que a Controladoria Geral da União (CGU) não dispõe de um número suficiente de analistas e auditores para atender a demanda de denúncias e suspeitas de irregularidades na máquina pública. Em entrevista para lançar o IV Fórum Global de Combate à Corrupção, ele informou que a CGU conta com 2.120 servidores, 450 a mais que no governo Fernando Henrique Cardoso. Outros 500 devem ser contratados até o final do ano. A lei que criou o sistema de controle do governo federal, de 1986, estabeleceu que seria necessário um total de 5 mil funcionários. "Precisamos de sucessivos concursos para recompor o quadro", disse.

É por falta de pessoal, também, que a CGU decidiu não entrar nas investigações de denúncias de cobrança de propina no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), que serviria de caixa do suposto esquema de corrupção do PTB. O subcontrolador Jorge Hage afirmou, no entanto, que a CGU não investiga a denúncia especialmente por não se tratar de desvio de dinheiro público, mas cobrança de propina. Ele defendeu, nesse caso, a investigação da Polícia Federal. "Para cada coisa, um remédio. Esse caso está mais para a PF", disse. Hage explicou que CGU perderia tempo e já conta com "pessoal escasso" para investir em um problema que não envolve licitação, contrato e contas.

Há dois anos o governo brasileiro aceitou sediar o Fórum de Combate à Corrupção, que já ocorreu em Washington (EUA), Haia (Holanda) e Seul (Coréia do Sul). O evento será aberto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima terça-feira.

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