O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, descreveu neste sábado (12) como "epidemia" a crise inflacionária internacional e o Brasil como "paciente" da alta dos preços. Em uma palestra para cooperativas de trabalho médico, o presidente usou diversas analogias da saúde para explicar a situação econômica mundial e frisar que o BC está adotando todas as medidas necessárias para controlar a inflação e manter o crescimento sustentável.

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"A boa notícia é que primeiro, o remédio existe e é eficaz; segundo que o remédio está sendo aplicado a tempo e a hora e isso significa que o paciente já está com plenas condições para enfrentar o problema e melhorar sem grande seqüelas", disse, no encerramento do "XXV Simpósio das Unimeds do Estado de São Paulo", realizado no Guarujá, na Baixada Santista.

Segundo Meirelles, o remédio é o aperto da política monetária feito pelo BC, com o aumento do superávit primário pelo setor público. Ele destacou que a vantagem do Brasil frente aos outros países foi o diagnóstico precoce do problema e que foi preciso esfriar "um pouquinho" a economia para impedir o repasse generalizado da alta das matérias-primas para os preços finais.

"Esse ajuste nunca é um ajuste de festa, mas pode ser encarado com mais serenidade", ressaltou, em referência aos seguimentos da sociedade que criticaram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de aumentar o percentual da taxa básica de juros da economia (Selic) nas reuniões de abril e junho. Determinada em 12,25% ao ano, a Selic poderá subir novamente na próxima reunião do Copom, marcada para 22 e 23 de julho.

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Após destacar os avanços econômicos do País e lembrar o fim do problema da dívida externa, Meirelles afirmou que sua mensagem era de confiança e a idéia era garantir o desenvolvimento sustentável do Brasil. "Uma coisa é um paciente frágil que entra numa crise, a outra é um paciente saudável", exemplificou.