O assessor econômico do PT, Guido Mantega, classificou de ?desnecessária? a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar os juros em um ponto porcentual, para 22%. Na sua avaliação, a medida é insuficiente para conter a inflação. ?O tipo de inflação que temos hoje não é de demanda, que reage à elevação da taxa de juros. Temos uma inflação de custo provocada por uma bolha cambial?, afirmou Mantega, que participou hoje (20) de palestra a investidores do Maxblue, consultoria de finanças pessoais.

Mantega admitiu que a alta de hoje pode favorecer uma eventual redução no início do próximo governo. ?É verdade. Quanto mais artificialmente alta estiver a taxa, mais espaço você tem para reduzi-la. Mas eu preferiria não ter essa folga, essa moleza, e ter um serviço menor (da dívida) a pagar?, afirmou. Segundo ele, cada ponto porcentual a mais nos juros significa de R$ 5 a R$ 6 bilhões a mais no serviço da dívida pública.

Apesar de considerar um aumento inócuo, Mantega afirmou que a atitude do Copom é coerente com a política monetária que vem sendo adotada pelo atual governo. ?O Banco Central sabe que elevar juros não segura os preços, e que com isso está agindo num sentido de orientar as expectativas.?

Ele classificou de ?especulações fantasiosas? as notícias veiculadas pela imprensa de que Armínio Fraga seria mantido na presidência do Banco Central. ?A menos que haja impossibilidade de o Senado aprovar a nova diretoria – por problemas de calendário ou político – no dia 1º, teremos um novo presidente do Banco Central.?

Segundo o economista, na eventualidade dos nomes do presidente e de sete diretores da instituição não estarem definidos no tempo necessário para o presidente Fernando Henrique Cardoso encaminhar para a aprovação do Senado antes do recesso parlamentar, a troca de comando será feita até no máximo fevereiro ou março. ?Isso não seria nenhuma catástrofe?, afirmou, assegurando que ele próprio não é candidato ao cargo de presidente do BC

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