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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Em sua oitava visita ao Piauí, o presidente Lula destilou otimismo e chegou a repetir slogans do tempo da ditadura.

Teresina (PI)

O presidente discursou em um palanque armado pelo PT e para o PT. Foi na última etapa da sua visita, em que anunciou mais de R$ 40 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para saneamento e esgoto da capital, inaugurou 280 casas financiadas pelo Programa de Arrendamento Residencial (PAR) para a população de baixa renda e destacou que até 2010, recursos de mais de R$ 1 bilhão irão beneficiar municípios pobres piauienses dentro do programa Territórios da Cidadania.

Na inauguração do Hospital de Urgência de Teresina, no bairro da Redenção, pela manhã, o mérito pela obra – que levou 17 anos para ser concluída e recebeu mais de R$ 21 milhões do governo federal – foi dividido com os tucanos. O governador de São Paulo, José Serra, foi um dos convidados do prefeito de Teresina, o também tucano Silvio Mendes, na condição de ex-ministro da Saúde e um dos gestores públicos importantes no andamento da construção do hospital, que será referência no Meio-Norte brasileiro. Mendes, que tem boa aprovação popular – assim como o governador Wellington Dias (PT) e o presidente Lula -, vai tentar a reeleição tendo como principal adversário o deputado federal petista Nazareno Fonteles, integrante da comitiva presidencial.

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Para evitar que o PSDB pegasse carona na popularidade do presidente e fosse favorecido pela festa petista, os discursos ficaram restritos à tarde. Serra ainda acompanhou o presidente na inauguração do Centro Integrado de Reabilitação (CEIR) que integra o Complexo Estadual de Reabilitação em Saúde, que atende pessoas com deficiências físicas e motoras, mantendo uma postura discreta. Ele não deu entrevistas.

Lula mostrou-se otimista, bem-humorado e confiante ao dizer que ?ninguém segura esse País?, ?Ninguém segura?, repetiu. ?A gente pode fazer muito mais. Todos nós aprendemos no primeiro mandato. No segundo é fazer como o Flamengo fez contra o Botafogo, o Internacional fez com o Juventude… Só não posso falar do Corinthians porque está capengando?, brincou ao se referir às finais dos campeonatos estaduais de São Paulo e Rio Grande do Sul, definidos no domingo.

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Com bom humor, explicou para o povo que o aplaudia o significado do grau de investimento -?investment grade? – conquistado pelo Brasil. ?Estava em casa e vi na televisão: o Brasil agora virou investment grade. Nem sabia o que era isso. Liguei para o Celso Amorim (ministro das Relações Exteriores) para perguntar que diabo de palavra é essa. Ele falou: é grau de investimento.?

?Fiquei mais confuso ainda?, relatou. ?E comecei a matutar o que aconteceu com o Brasil. Imaginemos dois trabalhadores, os dois ganham R$ 1 mil. Um é um homem comportado, cuida da família, paga o aluguel, não tem vícios. Todo mês discute com a mulher o que tem que pagar, o que pode comprar. O outro recebe e torra tudo em mesa de jogo, ou gasta demais. Esse está quebrado. É assim que era o Brasil, não tinha credibilidade, não podia sequer pagar as suas importações. Todo mundo lembra quanta faixa da dívida, (pedindo) ?fora FMI?. Acabou isso. Hoje temos US$ 200 bilhões de reservas. O Brasil agora está sendo olhado pelo mundo como um país de confiança.?

Na sua oitava visita ao Piauí desde que foi eleito para o primeiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou ontem de ?problema bom? o aumento do preço dos alimentos. Ele citou a saca do feijão, que há três anos custava R$ 60,00 e hoje custa R$ 250,00, e explicou: ?Este é um problema bom porque os chineses estão comendo mais, os indianos estão comendo mais, o povo pobre brasileiro está comendo mais, a América Latina está comendo mais, os africanos estão comendo mais. Se falta alimento, ótimo, vamos produzir mais alimento nesse País. Temos terra, tecnologia, água, sol quase o ano inteiro?.