Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (13) a imprensa brasileira por divulgar apenas notícias que relacionam áreas turísticas do país a casos de violência. Segundo ele, isso prejudica o desenvolvimento do turismo no país.

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?O que a gente vê de bonito na imprensa brasileira? Não tem. Se fala do Ceará é morte, se fala da Bahia é morte, ou seja, ele [cidadão] fala: ‘eu não vou sair daqui não, eu vou ficar dentro de casa’. E ainda olha para ver se não tem uma fresta para não ter uma bala perdida?, disse Lula.

?Essa é uma parte da história do país, mas há uma outra parte que nos motiva a viajar. Nós não temos essa provocação?, completou o presidente, em seu discurso durante a cerimônia em um hotel da capital federal que marcou o lançamento do Plano Nacional de Turismo 2007-2010.Lula também afirmou que os governadores devem fazer propaganda dos pontos turísticos de seus estados. Ele criticou os opositores que consideram esse tipo de aplicação de investimento como mau uso do dinheiro público.

?Meu caro Binho [governador do Acre, Binho Marques, presente hoje à cerimônia], se você quiser que o Acre seja conhecido, você tem que colocar propaganda do Acre em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais. Não basta falar bem do Acre dentro do Acre. Os acreanos já sabem", disse Lula. "Agora, se fizer isso, vão dizer que está gastando dinheiro. Já vem o Ministério Público abrir um processo, já vem um deputado da oposição criticar, já vai fazer um monte de coisa. Neste país, ainda há um tipo de gente que precisa ter muita desgraça para ele existir.?

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Lula afirmou ainda que o país precisa investir em bons hotéis e restaurantes para atrair os turistas.  ?Não tem turismo em favela, em palafita. Turista não gosta disso. Turista gosta de monumentos históricos, de museus, de restaurantes bons. Todas essas coisas nós precisamos criar. Quando tiver o turismo ideológico, aí nós fazemos um pouco das desgraceiras que eles gostam de ver?, destacou.

Na opinião do presidente, toda essa preocupação é necessária porque a decisão do turista de sair de casa e viajar é complexa e envolve até mesmo o desenvolvimento de um "estado de espírito" adequado. ?Sair de casa é efetivamente um estado de espírito. Você tem que estar convencido, você tem que levantar e tudo dentro de casa tem que estar com energia positiva. A mulher tem que acordar: ‘amorzinho, vamos’. Se ela começar xingando, o marido já não vai. Já bota o cuecão e fica deitado ali mesmo?, brincou.

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