Brasília – A votação da proposta de prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CMPF) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi ?apenas a primeira etapa?. No plenário do Senado, a maioria do senadores votará contra a CPMF. A avaliação é da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que relatou a proposta de prorrogação.
O relatório da senadora foi contrário à prorrogação da CMPF, mas acabou derrubado na última terça-feira (13), por 12 votos a favor e nove contrários. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentou um substitutivo para manter a cobrança da CPMF e assumiu a relatoria.
?A CCJ é apenas uma primeira etapa, onde esperávamos que o governo utilizasse as manobras que usou, substituição dos senadores [Pedro Simon (PMDB-RS) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)]. No plenário do Senado, é diferente. Não tem como trocar senadores e muito menos a sua consciência. A maioria dos 81 senadores vai votar contra a CPMF?, disse Kátia Abreu, em entrevista à Rádio Nacional.
Na opinião da senadora, o momento para reduzir a carga tributária por meio da CMPF é agora. ?Enfrentamos crises internacionais, implantamos um plano novo, tínhamos uma inflação pesada. A sociedade pagou impostos na hora que precisou. Agora que amadurecemos a nossa economia, nada mais natural que o governo abra mão desses R$ 40 milhões que é do trabalhador.?
Para o senador Renato Casagrande (PSB-ES), a manobra do governo de retirar integrantes da CCJ só ajuda a consolidar a posição de quem é contrário à prorrogação da contribuição. ?As ações da CCJ consolidam posições no plenário. Os que foram afastados agora tem a tendência de votar contra?, disse Casagrande, no Senado.
Para conseguir a aprovação da prorrogação da CPMF, são necessários 49 votos favoráveis. Na opinião da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), as medidas apresentadas ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, facilitaram a conversa com a oposição. ?Temos condições de construir os 49 votos e não está descartada a conversa com o PSDB. A proposta do ministro Mantega ajuda muito?, disse Ideli Salvatti.