O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que sua proposta com relação demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) seria uma solução a ser avaliada pelo governo federal.

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Apresento uma estratégia que solucione a questão sem criar problemas para o governo, para os índios ou para o desenvolvimento de Roraima, afirmou Jucá ao chegar cerimônia de posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

A proposta de Romero Jucá é manter a reserva contínua e já demarcada, excluindo quatro áreas: o Vale do Arroz, onde estão os produtores; as terras destinadas construção da Hidrelétrica de Cotingo; a área da Vila Surumu, onde foi montada uma base de resistência por moradores quando a Operação Upatakon 3 – realizada pela Polícia Federal para retirada de não-índios da região – ainda estava em curso; e a infra-estrutura turística existente no Lago do Caracaranã.

Minha proposta mantém a área contínua, o perímetro da demarcação e exclui áreas potencialmente importantes para o estado que representam espaço irrisório perante os 1,7 milhão de hectares demarcados.

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O senador também explicou o porquê de não ter apresentado a proposta ao comitê gestor do governo federal em Roraima. A proposta foi colocada a todos os ministros da Justiça que passaram pelo cargo e ao presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]. Não tratei com o representante Nagib [José Nagib Lima] porque não estava na alçada dele resolver a questão. Hoje (23), em entrevista Agência Brasil, o coordenador executivo do comitê gestor do governo federal em Roraima, José Nagib Lima, afirmou que Jucá ainda não tinha procurado "as instâncias administrativas do governo com essa proposta".

Também presente cerimônia do STF, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) não criticou diretamente a demarcação da terra indígena em área contínua, mas ressaltou que o governo precisa combinar a garantia da identidade cultural dos povos indígenas com as necessidades de outros brasileiros que vivem na região amazônica.

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Temos 210 mil índios e 24 milhões de brasileiros que foram para lá [Amazônia] em busca de oportunidades. Temos que combinar a garantia do direito dos povos indígenas com políticas para a ampla maioria de brasileiros que não tem tido a atenção necessária do Poder Público.

Mercadante defende que a Amazônia esteja incluída em um plano nacional de desenvolvimento econômico. Não dá para termos a ingenuidade de tratar a Amazônia fora de um projeto de desenvolvimento. A região precisa de política industrial, política de serviços, política agrícola e também de preservação ambiental, afirmou o senador.