Para Jarbas, PMDB está esfacelado

Recife (AE) – O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), disse ontem querer ainda maior distância da que já mantém em relação ao "PMDB de Garotinho" (Anthony Garotinho, pré-candidato do partido à presidência da República). Em entrevista coletiva concedida no Palácio do Campo das Princesas, o governador, que deixa o cargo dia 31 para concorrer ao Senado, avalia que o sentimento dentro do PMDB de lançar candidatura própria ainda é forte, mas perde força com a manutenção da verticalização.

Em caso de não lançar candidatura, ele considera muito difícil que o partido apóie formalmente o candidato do PT ou do PSDB à presidência. "Quando digo formalmente é através de convenção para que a coligação disponha do tempo do PMDB na TV". Jarbas não teme que o PMDB se esfacele sem candidato a presidente. "O PMDB é um partido desagregado, cuja desagregação não é de hoje", observou, ao afirmar que esse esfacelamento tende a piorar enquanto houver ala governista e oposicionista dentro da sigla.

Ele não vê saída para o partido sem uma reforma política profunda. No momento, caberia discutir apenas o que é menos ruim: lançar Garotinho ou liberar o partido para composições regionais. Ele acredita que a maioria no PMDB é contra Garotinho – no seu caso particular, pelo "discurso populista e distante da realidade" do ex-governador do Rio.

"O que precisa é uma reforma política tranqüila, profunda, em que não se fique nessa discussão sobre verticalização. Como pensar em verticalização, se continuam as legendas de aluguel, sem fidelidade partidária, se se tem horário destinado à difusão partidária que se transformou em guias eleitorais, feito nas barbas da justiça?" indagou. "Não tem nada mais desmoralizante que essa campanha fora de época, autorizada pela justiça eleitoral".

Jarbas frisou que a reforma política cabe ao Congresso Nacional, mas se o presidente da República não ajuda, "fica nisso, qualquer que seja o presidente da República ele fica refém do Congresso e dessa política infeliz do toma-lá-dá-cá". Ele lembrou que nem Fernando Henrique Cardoso nem Lula "fizeram caminhadas em direção à reforma política".

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