Um dia após o assassinato do estudante Ricardo Daniel Cabral, 17 anos, no pátio externo da escola Bernardo Vieira de Melo, em Jaboatão dos Guararapes (PE), a Secretaria Estadual de Educação afirmou hoje que o crime “não se caracteriza como violência escolar” e responsabilizou a “violência urbana” pelo ocorrido. As aulas foram suspensas até segunda-feira. O clima entre alunos, professores e funcionários é de apreensão.

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Apesar das investigações ainda não terem sido concluídas, a Polícia Civil de Pernambuco acredita que o assassinato ocorreu em função de um “acerto de contas” com traficantes locais. O estudante seria usuários de drogas e, segundo a família, tinha dívidas relativas ao consumo de entorpecentes. O crime aconteceu por volta das 19h30, ontem, quando o adolescente chegava à escola para as aulas. Testemunhas disseram que o crime teria sido praticado por três ou quatro homens.

A delegada responsável pelas investigações, Patrícia Domingues, confirmou que, em depoimento, alunos, professores e funcionários reclamaram da insegurança no local. “Há relatos de roubos e ameaças no entorno e até dentro na área escolar”, disse. Segundo comerciantes locais, os assaltos, muitos dos quais praticados por usuários de drogas que frequentam os pontos de venda da região, são constantes.

 

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A unidade de ensino, que tem 1.612 alunos matriculados, fica bem ao lado da 2º Delegacia de Polícia de Jaboatão, cujo horário de funcionamento vai até as 18h. Após o crime, a Polícia Militar informou que iria reforçar a segurança na área, com o apoio de policiais do 6º batalhão da PM e da Patrulha Escolar. Ainda segundo a Secretaria de Educação, serão organizadas palestras educativas para conscientizar os alunos sobre os perigos do consumo de drogas. Até o final desta tarde, parentes aguardavam a liberação do corpo de Ricardo Daniel aguardava pelo Instituto de Medicina Legal de Pernambuco.