Esportes que muitos conhecem só de nome ou da televisão ajudam a tornar a classe mais nivelada, colaborando para a participação de todos, segundo professores que trabalham com a proposta. No caso do futebol, por exemplo, os alunos têm repertório adquirido fora da escola – e uns vêm bem mais preparados do que os outros. Em algumas modalidades alternativas, a maioria começa do zero, desde o domínio das regras até do tipo de movimento corporal.

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“Aquele menino que é muito bom no futebol ou no vôlei acaba tirando a oportunidade do outro”, destaca Fábio Oliani, coordenador de Esportes do Colégio São Luís, da região central da capital. Na escola, são trabalhados esportes como beisebol, badminton e tchoukball.

A proposta é incrementar o repertório motor dos estudantes, o que resulta em ganhos cognitivos. “Os esportes americanos, como o beisebol, são mais táticos, é preciso pensar mais na jogada. Nos nossos, usamos mais a criatividade”, diz Oliani.

Lorenzo Bernardi, aluno do 8º ano do ensino fundamental do colégio, ainda prefere futebol e vôlei, mas se animou com a chance de conhecer as novidades. “É legal porque esses esportes usam outros tipos de materiais, como tacos e cones, e não só a bola”, diz ele, de 13 anos. Na escola, essas modalidades são dadas a partir dos seis anos.

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Esses esportes também contribuem para melhorar a autoestima da turma. “Alguns têm vergonha, acham que não sabem fazer. O interessante é que o professor sempre põe todos para cima e diz que devemos tentar”, afirma Matheus Custódio, de 15 anos, do 1º ano do médio do Colégio Radial. “Um colabora com o outro. Eu, que já andava de skate, ajudei os colegas.”

Adequação

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Professora da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Heloísa Gonzalez Alonso, acredita que as modalidades alternativas podem enriquecer as classes. “Para a criança fazer um movimento bem coordenado, ela vai desenvolver a aptidão perceptivo-motora. Tudo isso se dá no campo cognitivo”, descreve.

Também é importante contextualizar cada esporte sob os aspectos social e cultural e de acordo com a faixa etária do aluno. “Assim isso vai fazer sentido para ele”, aponta Heloísa. “Sair do tradicional será benéfico se tivermos um olhar para a criança Não é ela que deve se adequar à atividade, mas o contrário.”

Ivo Ribeiro Sá, especialista em Educação Física da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ressalta que a nivelação da turma com esses esportes não é uma questão tão simples. “Sempre há aquele que é mais hábil”, diz. “A escola não precisa homogeneizar. Cada um possui uma qualidade diferente. A questão é como lidar com isso”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.