O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu afirmou nesta quinta-feira (6), em Lisboa, que seria um "erro gravíssimo" se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentasse obter um terceiro mandato. Em entrevista de duas páginas ao jornal português ‘Diário de Notícias’, Dirceu respondeu o que achava de uma tentativa do presidente ser eleito uma terceira vez: "De jeito nenhum. Seria um erro gravíssimo".

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Apesar disso, o ex-ministro disse que não vê inconstitucionalidade na mudança das regras para dar essa possibilidade ao presidente. Dirceu considerou que o País não precisa do terceiro mandato, mas da reforma política. O ex-ministro contou que tem conversado com Lula esporadicamente nos últimos meses e que o próprio presidente teria dito que não quer o terceiro mandato.

Ele também disse que o mensalão não existiu e que essa foi uma forma de inviabilizar o governo, para atingir o presidente, criando a possibilidade de impeachment. Dirceu contou que uma das razões da sua cassação é a de que poderia ser um candidato forte à presidência do País. O ex-ministro afirmou que o que existiu foi o "financiamento ilegal de campanha, através do caixa dois".

O ex-ministro afirmou que o "caixa dois" continuou nas eleições de 2006. "Se fizer uma avaliação de qualquer campanha vai ver que ela foi feita com caixa dois". Ao fazer a avaliação política do escândalo, ele falou que o PT não ficou enfraquecido. "O partido elegeu governadores em Estados importantes, 83 deputados 12 senadores. É o partido mais votado do País".

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