O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nesta segunda-feira (24) que não acredita que a denúncia do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, contra envolvidos do chamado "mensalão mineiro", ou mensalinho, irá acirrar a disputa entre oposição e governistas e criar mais obstáculos para a tramitação de matérias na Casa. "Com referência à denúncia que por ventura venha a ser apresentada pelo procurador, é o início de um processo e caberá direito de defesa àqueles que forem denunciados, seja do PSDB ou de qualquer partido", disse Chinaglia.
O desdobramento do inquérito da Policia Federal – que investigou o suposto esquema de caixa 2 durante a campanha à reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998 – preocupa tanto os tucanos quanto o governo. O vice de Azeredo na época e atual ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, poderá ser denunciado, embora negue a participação na coordenação da campanha. Azeredo também nega envolvimento com a parte financeira da campanha e conhecimento da arrecadação paralela.
Conforme relatório da PF, o esquema – com participação de Marcos Valério Fernandes de Souza – se valeu de recursos públicos para financiar campanhas do então governador tucano e aliados. "Não podemos condicionar o trabalho na Câmara, seu ritmo e particularmente as prioridades a qualquer outra questão por mais importante que alguém julgue. Isso não vai alterar absolutamente nada no nosso ritmo de trabalho", observou Chinaglia.