São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, negou nesta quinta-feira (27), em São Paulo, que tenha expulsado de seu gabinete, em Brasília, ativistas do movimento negro que entregaram a ele um abaixo-assinado com 100 mil assinaturas favoráveis à votação e a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Chinaglia classificou o episódio de hoje como ?um incidente?.
?De repente, eles entraram e fizeram uma manifestação dentro da sala da presidência. Para eles, pode ter parecido absolutamente normal e democrático. Mas na Câmara há espaços em que não se pode haver manifestações?, disse Chinaglia, que participou na noite de hoje da inauguração da emissora Record News.
?Houve um noticiário de que eu botei para fora. Eu não os botei para fora?, disse, voltando a explicar que tinha um compromisso agendado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que estaria sem horário para atender aos representantes do movimento negro.Chinaglia afirmou aos jornalistas que apenas repreendeu os ativistas e que os alertou de que o gabinete não seria um local para se fazer manifestações porque ?senão fica parecendo que, no ?grito?, as pessoas podem convencer o conjunto da Casa?.
Indagado se o governo Lula poderia perder a batalha no Senado na votação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o presidente da Câmara disse que ?não está dado que o governo vai perder a votação da CPMF? e que acredita que o Senado ?vai repensar? a questão.
?Evidentemente que esse episódio de cair uma medida provisória, que criava uma secretaria com nível de Ministério, aponta para uma situação em que o governo pode não ter maioria em determinados temas. Mas não é incomum o Congresso mandar ?recados? às vezes ou ter discordância de um tema ou concordância em outro?, disse.
Também estiveram presentes à cerimônia de inauguração da Record News, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o governador de São Paulo José Serra, o prefeito da capital Gilberto Kassab, os ministros Marta Suplicy (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social) e os senadores Eduardo Suplicy e Romeu Tuma, entre outros.