A preparação das cidades-sede relacionada a itens como saúde, transporte, segurança e limpeza não foi suficiente para receber a Copa do Mundo na avaliação de 74% dos entrevistados por uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Para outros 11% não houve nenhum preparo para receber o megaevento esportivo da Fifa, já 12% afirmaram que os preparativos foram suficientes e 3% não souberam responder.
Apesar do noticiário doméstico e internacional avaliar como uma surpresa positiva o bom andamento da organização do Mundial, o levantamento revela que os brasileiros não parecem confiantes em relação à capacidade do País para sediar e organizar eventos desse porte. Para 44% dos entrevistados, a segurança foi apontada como o fator mais importante para determinar o sucesso ou fracasso da Copa do Mundo no Brasil. Em relação às manifestações que eram esperadas para o período, 43% das pessoas ouvidas se disseram favoráveis e 37% se posicionaram contra os protestos.
Notas
Os 2.558 entrevistados nas 12 cidades entre 13 e 18 de junho avaliaram vários quesitos em uma escala de péssimo a ótimo, com notas de 1 a 5. Saúde (1,9) e transporte público (2,2) foram os itens com a pior avaliação. Segundo a pesquisa, os entrevistados mostraram neutralidade em relação a segurança pública (2,5), limpeza urbana (2,8) e qualidade dos aeroportos (3,0). Receberam avaliação positiva o potencial turístico (3,5), o comércio local (3,6), a rede hoteleira (3,7), o setor de bares e restaurantes (3,8) e os estádios (3,9).
Em nota, o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, avalia que a população aprovou os requisitos de responsabilidade da iniciativa privada, mas deu notas baixas para itens ligados ao governo. “Os empresários fizeram o seu papel. Mas, por outro lado, toda a preparação de responsabilidade da esfera pública deixou muito a desejar”, ponderou.
Ranking
O ranking das cidades-sede melhor avaliadas por seus moradores é liderado por Curitiba (PR) e Manaus (AM), com nota 3,4. Brasília (DF) aparece em segundo lugar, com 3,3, seguida por Fortaleza (CE) e Natal (RN), empatadas com 3,2. O quarto lugar é dividido por Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Salvador (BA), que receberam média 3,1. Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) ficaram na última colocação, com nota 3,0.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o fato de a lanterninha da lista ser ocupada pelas duas maiores cidades-sede está relacionado à má avaliação dos serviços públicos. “O que pesou muito para este resultado foi o fato de São Paulo e Rio terem deixado a desejar nas áreas de segurança pública, saúde e transporte público”, comentou, em nota.