Para Alckmin é preciso apurar e punir envolvidos no escândalo

Embora tivesse vindo a Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, para participar de evento sobre empreendedorismo rural, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não teve como evitar o tema crise política. A questão foi levantada até pela platéia que se reuniu ontem para ouvi-lo. Para Alckmin, a única agenda positiva que o governo federal deve adotar neste momento é a de apurar e punir os envolvidos no escândalo que inclui políticos e dirigentes do PT: "Todo o resto é tergiversação", afirmou.

O tucano ressaltou que nenhuma administração pública está imune a atos pontuais de corrupção: "O que preocupa desta vez é a evidência de que não se trata de uma questão isolada, de um problema pontual. Temos uma corrupção sistêmica. Um problema causado pela mistura entre governo e partido político, entre público e privado", afirmou.

O prefeito Beto Richa (PSDB), que acompanhou Alckmin no encontro, disse que a situação demonstra a falta de competência do governo do PT e que neste episódio o seu partido continua fazendo uma oposição responsável.

"O PSDB exige apuração dos fatos e a punição dos culpados. Nosso partido continua apontando erros e apresentando alternativas", acrescentou, observando que "a postura do PSDB fortalece a candidatura tucana. Temos bons nomes para a disputa, como Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati, Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin". Alckmin acredita que a agenda positiva do governo deve ser apurar as denúncias e punir os responsáveis, ao mesmo tempo em que mantém as instituições funcionando. Enfatizou que seu partido vai continuar agindo com responsabilidade no processo de investigação: "Com responsabilidade, o que não quer dizer impunidade", pontuou.

Questionado sobre a possibilidade de a crise política interferir no andamento do país, o governador tucano ponderou que as denúncias colocam o governo em situação de fragilidade: "No Congresso, discussões e aprovações de questões importantes são adiadas e percebe-se um pouco de afrouxamento fiscal, como é o caso da aprovação do aumento do teto salarial no setor público", notou. O teto passou de R$ 17 mil para R$ 21,5 mil, retroativo a 1.º de janeiro.

Reeleição

O governador também falou sobre a tese do fim da reeleição dos governantes, aventada na reforma política: "Essa é uma questão controversa. Considero que a reeleição seja mais positiva que negativa, porque ela dá uma chance ao eleitor de reconduzir um governante cuja política tenha a sua aprovação. De qualquer forma, esse não é um assunto que deva ser tratado de forma circunstancial. Não se muda a constituição às pressas", alertou.

Ao responder pergunta sobre sua candidatura à presidência da República, Alckmin reafirmou que o assunto é extemporâneo: "Não devemos nos antecipar. Agora não é hora de discutir eleições, que só acontecerão no ano que vem. Temos de fazer bem feito o que fazemos hoje. E minha responsabilidade hoje é com o governo de São Paulo, com a população que me elegeu." 

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