Papa Francisco ficaria mais no Brasil se pudesse, diz freira

Pela vontade de Francisco, a visita ao Brasil ainda duraria mais uma semana. Ele fez a confissão, em tom de brincadeira, a uma das freiras que cuidou da sua hospedagem no Centro de Estudos do Sumaré, na zona norte do Rio. “Ele chegava dos eventos muito feliz, isso estava estampado no rosto dele”, contou a irmã Terezinha Fernandez, de 46 anos. “Ele comentou que estava gostando, da recepção e do carinho das irmãs, e que queria ficar mais uma semana no Brasil.”

 

Responsável por coordenar o serviço nas dependências da residência do papa, ela trabalha há 25 anos no Sumaré. Ao todo, a equipe tinha 43 freiras que atendiam à comitiva do papa em seus aposentos. Cada uma recebeu um terço de pérolas do Vaticano, muitos agradecimentos do pontífice e só um pedido: orações. “Era o que a gente imaginava. Fiquei muito edificada com a simplicidade com que chegava nas pessoas. Pedia muito para rezarmos por ele”, relembrou. “Ele é muito lindo em tudo. O sorriso dele ficou guardado.”

 

A maratona de trabalho no Sumaré, que incluía o preparo das refeições e limpeza dos quartos, começava às 5h e se estendia até depois da meia-noite, após os 46 hóspedes se recolherem. Francisco se levantava cedo. Em seu quarto, dispunha de um kit de higiene, composto por sabonetes, xampus e cremes doados por uma empresa de cosmético.

O café da manhã, servido na mesa, tinha pão de queijo, sucos e uma variedade de frutas nacionais – a preferida foi o abacaxi. O pão de queijo, uma especialidade da cozinha, já havia encantado o papa João Paulo II. “Ele provou de tudo, mas a gente colocava pão de queijo na mesa e via que ele comia bem”.

A extensa programação de eventos fez com que o papa se recolhesse por volta das 23h. No sábado, após a vigília em Copacabana, o cansaço do pontífice não passou despercebido pelas irmãs que o aguardavam. “Os eventos terminavam muito tarde. Ele chegava do jantar e subia para descansar.”

Dentro da residência, o papa se manteve reservado. Quando não estava nos seus aposentos, descansando das atividades, ficava na capela, fazendo suas orações. O tempo inteiro, a segurança da residência era feita por policiais da gendarmaria, a guarda italiana do Vaticano.

Na área externa, agentes da Polícia Federal, da Guarda Florestal e da Polícia Militar faziam patrulhas.

Pouco antes de deixar o espaço, o papa reuniu os integrantes da segurança, cumprimentou um por um e pediu, novamente, que orassem por ele. Policiais que trabalharam na sua escolta, abrindo a passagem pela cidade durante toda a semana, também receberam uma bênção especial. “Ele cumprimentou todo mundo e brincou, disse que éramos equilibristas”, contou o sargento Pestana, integrante do Batalhão de Choque. “Ele é um parceirão”, resumiu.

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