Jurada do programa MasterChef, a cozinheira Paola Carosella aderiu a uma campanha contra o projeto que acaba com a obrigatoriedade do selo indicativo do uso de transgênicos ser estampado nas embalagens dos produtos. Pelo Twitter, a chef chamou a atenção para a proposta que tramita no Senado e tem convidado seus seguidores a se manifestarem contra a mudança.
Nos últimos dias, ela já divulgou em sua rede social matérias sobre o tema, uma enquete do Senado na qual as pessoas podem dizer se são a favor ou contra o projeto, além de cobrar nominalmente a posição de parlamentares. “@SenadoFederal o símbolo T ocupa menos do 0,4 % da embalagem. Se transgênica é tão boa, por que tirar?”, disse em um dos tweets.
Para a cozinheira, se o projeto for aprovado a fiscalização sobre o uso de produtos transgênicos utilizados vai ficar “mais cara e mais frágil”.
Nesta terça-feira, 24, organizações ligadas à alimentação saudável, meio ambiente e saúde também encaminharam uma carta aos senadores solicitando a rejeição do projeto. O documento, que conta com mais de 100 assinaturas, classifica a proposta como um retrocesso do ponto de vista ambiental, de saúde pública e dos direitos dos consumidores.
A proposta que tramita no Senado desobriga as indústrias de estamparem a letra T na embalagem de alimentos que contenham mais de 1% de ingredientes transgênicos. A regra, que está em vigor desde 2003, é considerada essencial por grupos ligados ao direito do consumidor e à alimentação saudável.
O texto foi aprovado na semana passada na Comissão de Meio Ambiente do Senado, numa sala com poucos parlamentares. O relator do projeto, Cidinho Santos (MT), aproveitando a ausência de colegas contrários à mudança, tentou apressar a tramitação, sugerindo regime de urgência. Com esse recurso, não há necessidade de o projeto passar em outras comissões. Bastaria a aprovação com maioria simples para o projeto ir à sanção.
O senador Humberto Costa (PT-PE), no entanto, apresentou um requerimento para que o projeto seja avaliado em outras comissões antes de ir ao plenário, o que deve prolongar o debate.
Durante a tramitação, mais de 15 mil pessoas enviaram mensagem ao Senado, manifestando-se contrárias à proposta. O projeto foi alvo ainda de 30 moções de repúdio.