Palocci não se desanima com o resultado do PIB

Brasília – O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, minimizou ontem os efeitos da frustração com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, que cresceu apenas 0,4% na comparação com os três meses anteriores. Segundo ele, o mais importante é olhar as perspectivas de crescimento da economia daqui para a frente. “Só é pessimista quem quer ser”, disse o ministro, reiterando que o mais importante para o governo foi resolver a crise econômica herdada do ano passado. “A severidade da crise era tarefa de curtíssimo prazo. Não havia meio de superá-la sem esforço”, disse Palocci.

O ministro almoçou com vários empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele não quis arriscar um novo palpite sobre o crescimento da atividade econômica neste ano. Segundo Palocci, mais importante que a projeção de 0,4% para o ano feita por sua equipe são dados que apontam variação positiva do PIB industrial já no quarto trimestre. “São dados mais importantes do que o PIB de fim de prazo”, disse.

Palocci insistiu que se devem olhar os resultados da economia até agora sob a perspectiva das dificuldades de um ano atrás, “e agora sob a perspectiva de um ano à frente, com a inflação controlada e as contas equilibradas”. Ele disse ainda que “a distância entre a vontade e a realidade” são “as duras medidas” que o governo teve de tomar neste ano.

Palocci insistiu que a medição do IBGE segue critérios técnicos e “não exatamente a medida do que acontece”. Ele deu como exemplo a queda de 6,7% na agropecuária, “quando, na verdade, a agricultura não está em queda e isso é apenas mais um efeito técnico”.

O ministro também disse que o governo deve usar menos de R$ 10 bilhões para equalizar o orçamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no próximo ano. Segundo ele, a equipe técnica responsável pelo assunto já encontrou formas de equacionar os recursos necessários para permitir, no próximo ano, o desembolso dos R$ 47 bilhões previstos no orçamento de 2004 do BNDES. “Há várias equações, pequenas medidas que juntas dão essa possibilidade para o BNDES, sem necessidade de nenhum comprometimento fiscal”, afirmou o ministro.

De acordo com Palocci, as condições para equacionar a aplicação dos recursos no desenvolvimento de projetos são tranqüilas. “Há condições absolutamente tranqüilas para que isso seja feito”. O ministro confirmou ainda que o BNDES será peça fudamental no desenvolvimento da política industrial detalhada anteontem pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. “O mais importante para nós é que o BNDES tenha condições de estar presente no processo de desenvolvimento que vamos ter no próximo período.”

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