Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil |
O presidente visitou as obras de modernização do Porto de São Francisco do Sul. Os investimentos na reforma somam R$ 56 milhões. continua após a publicidade |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que não irá aceitar um pedido de demissão do seu ministro da Fazenda, Antônio Palocci, mesmo que ele queira sair do governo. Ao terminar a cerimônia de batismo de um barco pesqueiro na cidade de Itajaí (SC), Lula fez uma defesa veemente do ministro, creditando a Palocci todos os bons resultados econômicos de seu governo. ?Ele (Palocci) não pediu demissão. E se pedisse, eu não aceitaria?, disse Lula aos jornalistas que o cercaram no final da cerimônia. ?O Palocci é um homem que tem responsabilidade pelas coisas boas que aconteceram na economia nacional, é um homem que tem prestado serviços extraordinários ao Brasil.?
Lula prosseguiu a defesa do ao ministro da Fazenda, afirmando que deve muito a Palocci. ?Eu devo muito, mas muito de tudo o que nós fizemos a um homem chamado Antônio Palocci. Ele ganhou respeitabilidade no mundo inteiro pela sobriedade e seriedade no trato das questões econômicas?, avaliou, para lembrar que, na política econômica atual, o governo só gasta aquilo que tem. ?O País deixou de ser um país de aventuras eleitorais, porque na época das eleições se promete tudo, se gasta o que não tem, e depois o povo paga o preço.?
A situação do ministro da Fazenda se tornou mais difícil depois do surgimento de Francenildo Santos Costa, caseiro da mansão em Brasília usada por Rogério Buratti, Vladimir Poleto e Ralph Barquete e outros membros da chamada ?República de Ribeirão Preto? para festas e divisão de dinheiro. Francenildo contou que viu Palocci diversas vezes na casa, apesar do ministro negar repetidas vezes alguma ocasião ter estado na mansão.
Apesar de não citar diretamente seus opositores, o presidente voltou a atribuir à oposição o aparecimento do caseiro e as novas denúncias envolvendo o ministro. ?Lamentavelmente, parece que tem algumas pessoas que torcem para que o Brasil não dê certo, torcem para que haja um desastre no Brasil. Na história brasileira é assim. Tem sempre gente trabalhando e torcendo para que as coisas dêem errado?, afirmou. No entanto, disse o presidente, a ?torcida contrária? não vai abalar o governo. ?Nós vamos continuar, eu e Palocci, com a mesma serenidade, com o mesmo trabalho que estamos fazendo. E a economia vai ficar mais forte?, garantiu.
No porto, onde discursou, o presidente foi recebido por uma claque de aproximadamente 500 pessoas, muitas armadas com bandeiras do Brasil, distribuídas pela Prefeitura. Durante o discurso, Lula voltou a comparar a situação que vive com a época do presidente Juscelino Kubitschek, mostrada na minissérie JK, que a Rede Globo de Televisão exibe. ?Se (aquele momento) fosse transportado para hoje, vocês iam perceber que é a mesma coisa?, afirmou. ?Tem um tipo de político que quer trabalhar e tem um tipo que não quer que você faça?, afirmou. Ele disse que o mesmo tipo de gente que acusava JK de todas as ?infâmias? ataca a gestão dele desde 2005. ?Se for feito um DNA político e ideológico (deles), é a mesma coisa?, afirmou.