Palocci fala e não convence Senado sobre o mínimo

Brasília – O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, reuniu-se ontem com os senadores da base de apoio ao Palácio do Planalto, usou todos os argumentos, mas não conseguiu reduzir as resistências à medida provisória (MP) que fixa o salário mínimo em R$ 260. Nem mesmo a promessa de Palocci de que o governo está disposto a incluir na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e no Orçamento de 2005 mecanismos para recompor o valor do mínimo sensibilizou os dissidentes. Hoje à noite, os líderes da base aliada contavam apenas 36 votos (o total são 81) a favor da MP.

Diante das dificuldades no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu entrar nas negociações para aprovar o mínimo e hoje almoça com os líderes da base aliada. “As cabeças entraram na reunião com o Palocci e saíram do mesmo jeito. Ou seja, quem ia votar contra continua contra e quem ia votar a favor continua a favor”, disse o senador Cristóvam Buarque (PT-DF), um dos que prometem votar contra o mínimo de R$ 260 ou se abster. “A perspectiva da vitória da tese de um mínimo maior é real”, afirmou o líder do PFL, senador José Agripino Maia (RN). O relator da MP é o senador César Borges (PFL-BA), que proporá a elevação do mínimo para R$ 275. Em quase duas horas e meia de reunião com 23 senadores de partidos aliados, Palocci repetiu o mesmo discurso que fez na semana passada na Câmara, além de apresentar gráficos e números para ressaltar que, entre programas de assistência social e transferência de renda.

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