Palocci e Alencar tentam se afinar

Brasília – A reunião entre o vice-presidente José Alencar e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, durou uma hora e meia. A audiência tinha sido pedida pelo ministro. Diante dos jornalistas, os dois se preocuparam em mostrar entrosamento. “Nós estamos rigorosamente afinados, no mesmo barco. Assino qualquer medida posta pelo ministro Palocci, que é um craque, um homem de bem. Não tenho dúvida de que o Brasil está muito bem entregue”, disse Alencar.

O ministro também foi diplomático: “Foi um prazer enorme ter tido a oportunidade de me encontrar com o vice. Tivemos extensa e agradabilíssima conversa sobre as necessidades de desenvolvimento do Brasil. Vocês sabem o quanto admiro o presidente José Alencar, o quanto ele tem sido importante para o nosso governo, o nosso conhecimento e para somar esforços no grande desafio do crescimento econômico que o Brasil tem neste momento”, afirmou. Indagado sobre as críticas do vice à política econômica, Palocci respondeu: “Que críticas? Sempre considerei que as palavras do nosso vice não são críticas, mas contribuições para o debate que é necessário para o Brasil.”

Depois de se despedir do ministro e antes de seguir para o almoço, Alencar repetiu suas críticas aos juros altos e voltou a dizer também que a decisão sobre os juros deve ser política e não técnica.

Ciro

Contrariando a aparente harmonia, o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, afirmou que os juros altos, em 26,5% ao ano, inibem o crescimento econômico. O ministro, entretanto, defendeu a coesão do governo em torno da política econômica do ministro da Fazenda. “Alguém pode achar diferente? Tirando meia dúzia de banqueiros, tem algum brasileiro que possa dizer que a taxa alta é boa?”, ponderou. Ciro Gomes evitou, no entanto, criar uma divergência sobre o tema, como vem fazendo o vice-presidente José Alencar. De acordo com ele, o assunto deve ser enfrentado sem fissuras pelo governo.

O ministro defendeu a atuação do ministro da Fazenda e lembrou-se da época em que ocupava o cargo, durante o mandato do ex-presidente Itamar Franco (1992-1994). “Quem está ocupado e pago pelo contribuinte para fazer isso de forma muito segura, muito capaz, muito competente é o ministro Palocci. Dou toda força a ele. Já estive naquela cadeira e sei como é bom os outros ficarem falando”, disse. “Taxa de juro (alta) é péssimo. O presidente Lula acha isso, o Palocci acha isso, o Meirelles (presidente do Banco Central) acha isso e o vice-presidente José Alencar acha isso e eu também acho isso”, disse.

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