Brasília – Em entrevista coletiva, depois do encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva apresentou Antonio Palocci, que deverá comandar a equipe petista de transição do atual governo para o próximo. Palocci que estava com o Pedro Parente, que deverá comandar o processo pelo lado do atual governo, disse que os demais integrantes da equipe técnica só deverão ter seus nomes divulgados em 48 ou 72 horas.
Os mercados financeiros, nacional e internacional, aguardavam com expectativa os nomes dos membros da equipe técnica por acreditarem que as escolhas poderiam indicar os rumos que Lula tomaria em relação à economia brasileira. Já a articulação política no Congresso, segundo o presidente eleito, ficará a cargo dos líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, deputado João Paulo Cunha, e no Senado, Tião Viana. Lula recusou-se a adiantar a composição de seu Ministério, afirmando que prefere fazê-lo no momento que julgar mais apropriado. Lula explicou que a escolha foi feita para separar a discussão sobre a transição da expectativa sobre a equipe do futuro governo.
?A partir da agora, se vocês (jornalistas) quiserem falar de transição falem com o companheiro Palocci ou com os companheiros João Paulo Cunha e Tião Viana. Sobre Ministério, não precisam falar comigo, porque falo com vocês quando tiver uma decisão?, afirmou. Lula disse ainda que pretende montar sua equipe depois de manter conversações com os partidos que o apoiaram e com os setores da sociedade. O presidente eleito fez o anúncio sobre o coordenador da equipe de transição depois de se reunir por mais de duas horas com FHC, inicialmente a portas fechadas e em separado e, posteriormente, com a participação de políticos e assessores dos dois lados. No início da entrevista coletiva, Lula elogiou o presidente da República por estar realizando uma transição que chamou de ?tranqüila e amigável? e destacou o fato de FHC ter indicado um ministro, Parente, para coordenar os trabalhos.
?Isso, quem sabe, seja uma aula que fique para sempre?, declarou o presidente eleito, numa referência a FHC, ressaltando que o presidente havia feito ?a demonstração efetiva da prática democrática?. Lula ressaltou que FHC colocou o governo à disposição de sua equipe de transição, assim como todo o ministério. ?O momento deve ser singular na história política da América Latina?, acrescentou.