Com uma saudação em português, ainda com dificuldades, um dos 35 refugiados palestinos que desembarcaram em Guarulhos, cumprimentou a imprensa. Mesmo depois das 34 horas de viagem, desde que deixaram o campo de Ruweished, a 70 km da fronteira entre o Iraque e a Jordânia, o grupo demonstrou bastante expectativa em relação ao Brasil
Os primeiros refugiados palestinos, dos 117 que serão trazidos para o País pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), chegaram às 5h30 desta sexta-feira. Apesar do cansado, os rostos não escondiam a felicidade em recomeçar a vida.
Durante quatro anos, o grupo enfrentou as temperaturas extremas do verão e do inverno no deserto da Jordânia, vivendo em tendas. Todos os palestinos fugiram do Iraque – a maioria de Bagdá – pouco após a invasão americana, em 2003, quando milícias xiitas passaram a perseguir e matar palestinos.
Segundo o oficial de proteção da Acnur, José Francisco Sieber, que acompanhou o grupo desde a Jordânia até Guarulhos, os refugiados receberam instruções sobre a cultura brasileira e a língua portuguesa. Ele acredita também que o idioma será a maior dificuldade que o grupo enfrentará no Brasil.
Os palestinos serão assentados no interior de São Paulo e no Rio Grande do Sul. O aluguel de suas casas serão bancados pelos próximos dois anos pela comunidade internacional, além da ajuda de custo de cerca de um salário mínimo que receberão.