As metas do milênio ainda não estão asseguradas, mas já é possível perceber um alívio na pobreza mundial. De acordo com o relatório Desenvolvimento e Globalização: Fatos e Estatísticas, da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), o número de habitantes dos países em desenvolvimento que vive com menos de um dólar por dia caiu de 1,25 bilhão em 1990 para 980 milhões em 2004.
Na África subsaariana, a parcela da população que vive abaixo da linha da pobreza diminuiu de 46% para 41,1%. Um dos objetivos do milênio é reduzir pela metade a pobreza mundial até 2015.
De acordo com a Unctad, as remessas de imigrantes que trabalham em outros países têm sido importantes para a promoção do desenvolvimento, superando a assistência oficial. Em 2006, totalizaram US$ 177 milhões e passaram a representar a segunda maior fonte de financiamento para os países em desenvolvimento. O documento constata que a maior parte dessas remessas se destina à satisfação de necessidades básicas de grupos mais pobres, contribuindo para a redução da pobreza.
As remessas têm origem, principalmente, nos Estados Unidos, Arábia Saudita, Suíça, Alemanha, Rússia e Espanha. Os principais destinos são Índia, México, China, Filipinas e Bangladesh. O Brasil aparece em 13º lugar no ranking de países de destino, segundo dados de 2006 – naquele ano, os imigrantes brasileiros que trabalham no exterior enviaram aos seus familiares US$ 3,5 milhões. Na América do Sul, o volume só perde para as remessas à Colômbia.
Em teoria, a assistência oficial para o desenvolvimento também vem crescendo desde o ano 2000, superando os US$ 100 bilhões em 2005 – o ritmo vinha caindo nos anos 90, ficando em US$ 45 bilhões em 2000. Segundo o informe da Unctad, grande parte desses recursos foi destinada a iniciativas de alívio da dívida desses países.
Em termos reais, a assistência para o desenvolvimento se mantém nos mesmos níveis de 1990: equivale a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) dos 23 doadores que integram o Comitê de Assistência para o Desenvolvimento (CAD) da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) , entre eles Estados Unidos, Comissão Européia, Canadá e Japão. A meta destes países para assistência oficial ao desenvolvimento é de 0,7% do PIB.