O chanceler brasileiro, Celso Amorim, defende hoje a adoção de novo acordo para regulamentar o compartilhamento de amostras de vírus, garantindo que países emergentes tenham acesso a vacinas e tecnologias. Amorim se reúne em Genebra com a diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan. O tema do encontro será um dos principais na agenda do ministro. O objetivo é fazer o Brasil atuar de forma mais independente em uma próxima pandemia e criar mecanismos para incentivar a produção de vacinas nos países emergentes.

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A ideia é rejeitada por Estados Unidos e Europa, mas os emergentes insistem em debatê-la. O entendimento internacional estabelece que há obrigação de compartilhamento de vírus, mas não dos resultados de pesquisas e eventuais descobertas de cura.

A diplomacia brasileira defende o conceito de direito soberano sobre as amostras de vírus. Ou seja, o vírus pode ser compartilhado com laboratórios dos países ricos, mas, em troca, deve haver transferência de conhecimentos e tecnologia para fabricação de vacinas nas nações em desenvolvimento. A medida é apoiada por todos os países africanos, Irã, Indonésia, Bolívia, Índia e Cuba.

Na tentativa de colocar fim às discussões sobre um novo acordo, as nações ricas prometeram doar 10% de sua produção de vacina para os mais pobres. O Itamaraty rejeita essa solução, argumentando que elas explicitariam ainda mais as deficiências do sistema.

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