O governo brasileiro pediu a colaboração das autoridades policiais norte-americanas para prender nos Estados Unidos cinco envolvidos no esquema de fraudes em comércio exterior desarticulado nesta terça-feira (16) pela operação "Persona". Segundo a delegada da Polícia Federal, Érika Tatiana Nogueira, esses cinco envolvidos são empresários brasileiros que articulam o esquema nos Estados Unidos. O pedido de prisão desses empresários já foi feito à polícia dos Estados Unidos. A Polícia Federal não divulgou o nome dos envolvidos, alegando que o processo de investigação corre em sigilo.
A matriz da empresa multinacional americana envolvida no caso também deverá ser investigada pelas autoridades americanas."Pedimos a colaboração dos Estados Unidos. É inevitável não chegar na matriz", disse a delegada. Segundo ela, mais de 30 empresas no Brasil e nos Estados Unidos estão envolvidas no esquema desarticulado hoje. O esquema usava uma série de empresas de fachada para subfaturar os preços dos produtos fabricados por essa multinacional importados para o Brasil.
Balanço parcial da operação mostrou que foram presas até agora 40 pessoas nas cidades de São Paulo, Campinas, Ilhéus, Salvador e Rio de Janeiro, entre eles o diretor-presidente da filial da multinacional no Brasil e seis auditores fiscais da Receita Federal. Dois desses auditores são aposentados. Foram apreendidos US$ 290 mil em espécie, US$ 10 milhões em mercadorias, um avião e 18 veículos nacionais e importados.
O chefe da inteligência da Receita Federal, Gerson Schaan, informou que as investigações continuam. Segundo ele, os compradores finais dos produtos importados ilegalmente serão investigados. Por enquanto, disse ele, não é possível afirmar que os clientes conheciam o esquema. Schaan informou que os produtos entravam no Brasil com preço reduzido (subfaturados) em cerca de 50%.