O Brasil fortaleceu sua condição de credor internacional, mesmo com a piora no quadro econômico internacional. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), o volume de reservas cambiais e outros ativos superava o da dívida externa em US$ 18 807 bilhões em fevereiro. Na prática, é como se o Brasil fosse credor do mundo nesse valor.
Em janeiro, a posição credora era de US$ 6,983 bilhões. Os números de janeiro e fevereiro são preliminares. Em dezembro de 2007, o último dado fechado, a posição credora líquida estava em US$ 10,846 bilhões.
Conforme o Banco Central, a dívida externa total era de US$ 198 073 bilhões em fevereiro. Em contrapartida, as reservas internacionais somavam US$ 192,902 bilhões, os créditos brasileiros no exterior eram de US$ 2,797 bilhões e os haveres de bancos no exterior totalizavam US$ 21,181 bilhões.
Em fevereiro, o fluxo de moeda estrangeira para o Brasil foi positivo em US$ 3,246 bilhões. Em março, até o dia 19, o fluxo estava positivo em US$ 8,109 bilhões. Parte desses recursos engordou as reservas internacionais.
A posição de credor internacional, porém, poderá ser revertida pelo ritmo de captação de recursos no exterior. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, as empresas estão renovando e ampliando seus débitos de médio e longo prazos. A taxa de rolagem da dívida ficou em 156% em fevereiro. Em março, no dado parcial até ontem, a taxa já estava em 354%.
?As empresas estão mais do que rolando suas dívidas?, disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. ?Elas estão tendo facilidade de buscar recursos no exterior mesmo com a turbulência?, completa Altamir.