Às vésperas do julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados pela morte de Isabella, em 29 de março de 2008, o advogado tributarista Antônio Nardoni, pai de Alexandre, se diz injustiçado. “Não se procura mais justiça. Agora, o que estão querendo é vingança”, afirma. “Em nosso sistema judicial, alguém tem de pagar a conta. É isso que o Ministério Público e a polícia estão tentando fazer”, disse o advogado, que elaborou dossiê destacando o que considera problemas no inquérito.

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Ele alega “confiança total” na inocência dos dois. Segundo ele, não existem provas concretas contra o filho e a nora. “Não há laudo que os comprometa.”

Nardoni aponta uma terceira pessoa como maior possibilidade para a autoria do crime e diz que a defesa vai demonstrar contradições da acusação. “Foi encontrada uma camiseta com sangue, mas nunca comprovaram de quem é o sangue. De quem é? E a camiseta? Não se pode descartar uma terceira pessoa”, afirmou. “Há marca de mão de criança numa parede no apartamento, que só pode ser de Isabella, e isso quebra a tese da acusação de que ela entrou no apartamento desacordada. A Justiça não pode condenar sem completa convicção dos fatos. Pelo menos é o que esperamos.”

Ele questiona também a condução do inquérito. “Como vamos confiar que o inquérito foi levado de forma imparcial, se a primeira delegada a atender o caso é amiga pessoal da maior acusadora, a Ana Carolina de Oliveira (mãe de Isabella). Difícil pedir que haja uma decisão imparcial”, afirma ele, que divide a guarda dos outros dois netos, de 5 e 2 anos, com a família Jatobá.

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