"O que houve em Bauru é uma coisa abominável. Nem no pico mais alto de uma guerra pode haver tortura", disse hnesta quarta-feira (19) o ouvidor substituto da Polícia Militar (PM) de São Paulo, Júlio Cesar Neves, que veio à cidade do interior paulista para tomar conhecimento oficial do ocorrido com o menor Carlos Rodrigues Júnior, morto por policiais na madrugada de sábado, dentro de seu próprio quarto. "Se nem na guerra pode haver tortura, como que aqui, depois de um menino ser dominado, vem a ocorrer tudo isso aí, resultando sua morte?"
O ouvidor ainda se disse empenhado na luta para acabar com acontecimentos dessa natureza no País. Neves afirmou que no caso de Carlos Rodrigues, o comando da PM em Bauru "agiu com atitudes concretas, retas, rápidas e dignas de elogios" ao prender em flagrante por homicídio todos os participantes da ocorrência. Ele revelou que esse procedimento é diferente do ocorrido em abril, quando policiais da cidade mataram o mecânico Jorge Lourenço Filho.
Na ocasião, o mecânico foi baleado na cabeça em uma perseguição após furar um bloqueio policial. "Mas naquele caso, também cumprimos nossa missão e os envolvidos já foram denunciados pelo Ministério Público, serão interrogados no dia 7 de janeiro e com certeza irão a Júri", afirmou. O ouvidor se reuniu com policiais e advogados que trabalham no inquérito e disse que acompanhará todo o trabalho.