Apesar de ser considerado o país de maior população católica do mundo, o Brasil demorou a ganhar santos para chamar de seu. A primeira personalidade a ser considerada uma santa brasileira foi Amabile Lucia Visintainer (1865-1942), a religiosa Madre Paulina, canonizada por João Paulo II em 19 de maio de 2002. Nascida na Itália, a freira passou a maior parte da vida no Brasil – atuou em Santa Catarina e em São Paulo, onde morreu no bairro do Ipiranga.
Antes, pelas mãos do mesmo papa João Paulo II, três missionários jesuítas ligados ao Paraguai mortos em terras brasileiras já haviam sido canonizados. O paraguaio Roque Gonzáles de Santa Cruz (1576-1628), o espanhol Afonso Rodrigues (1598-1628) e o também espanhol Juan de Castillo (1595-1628) ficaram conhecidos como os “mártires do Rio Grande do Sul”.
O primeiro santo brasileiro nascido no Brasil seria reconhecido apenas em 2007, em missa celebrada pelo papa Bento XVI em São Paulo. O frade franciscano Antônio de SantAnna Galvão (1739-1822), mais conhecido como Frei Galvão, é famoso entre os fiéis pelos relatos de curas milagrosas.
Um dos fundadores da vila que daria origem à cidade de São Paulo, o jesuíta espanhol José de Anchieta (1534-1597) foi declarado santo em 2014, pelo papa Francisco. No ano seguinte, acabaria reconhecido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como um dos padroeiros do País.
Em 15 de outubro de 2017, papa Francisco elevou a lista. Em uma prática relativamente comum de seu pontificado, as canonizações coletivas de grupos, tornou santos, de uma só vez, outros 30 personagens brasileiros: os “mártires de Cunhaú e Uruaçu”, vítimas de dois morticínios realizados em 1645 durante as invasões holandesas ao Brasil.
Irmã Dulce será, neste domingo, a 37ª personalidade brasileira reconhecida como santa pela Igreja. Excetuando-se a canonização coletiva dos mártires de Cunhaú e Uruaçu, será a segunda santa brasileira nascida no Brasil.