A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de congelar o envio de novas medidas provisórias (MPs) ao Congresso, enquanto seus líderes negociam as mudança no rito de tramitação das MPs, foi bem recebida pela oposição, mas nem por isso o DEM e o PSDB vão suspender a obstrução. "É um bom sinal e um bom começo, mas não muda nada porque gato escaldado tem medo de água fria", diz o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

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Para voltar à mesa de negociações e pôr fim à paralisação, democratas e tucanos querem não só o compromisso do presidente Lula em congelar as MPs, mas também dos líderes governistas e aliados de votar novas regras para a tramitação dessas medidas. E tudo isto dentro de um prazo razoável, de 30 dias. "Tem que haver um compromisso público e claro de todos os líderes, na Câmara e no Senado, de nos sentarmos à mesa para discutir o novo rito processual das MPs, que é o mais importante", cobra o líder José Agripino.

A oposição argumenta que outros acordos e promessas presidenciais não foram cumpridos e que, por esta razão, é preciso mais do que uma sinalização positiva do Palácio do Planalto para que se retome a rotina de votações no Congresso. Na contabilidade da oposição, passam de duas dezenas as MPs que tramitam no Congresso. Como o próprio governo colocou a reforma tributária na pauta, DEM e PSDB insistem que não haverá tempo para examinar as medidas e tratar das mudanças tributárias se o governo editar novas MPs.

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