Oposição tenta conter força do PT no Congresso

Brasília

– O líder do PFL na Câmara, Deputado Inocêncio Oliveira (PE), declarou ontem que estão avançadas as conversas para a formação de um bloco unindo PSDB, PFL e PPB para lançar um nome à presidência da casa. O mesmo objetivo une, no Senado, PSDB, PFL e PDT. As conversas estão sendo conduzidas pelo líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN). De acordo com Inocêncio, o PFL não pode ficar de fora das mesas diretoras do Congresso. “Nós temos a maior bancada do Senado, empatado com o PMDB, e a segunda maior na Câmara, o que representa o partido com maior poder no Congresso”, diz.

Segundo o líder do PFL, “não podemos abrir mão de nosso direito para um partido que tem a terceira bancada na Câmara (PMDB)”. Inocêncio calcula que se o bloco no Senado for concretizado contará com 35 senadores, dois a mais que o bloco PMDB-PT. Em relação ao orçamento, Inocêncio afirma que o PFL não abre mão de um reajuste do salário mínimo para R$ 240,00. “A melhor forma para distribuição de renda é um aumento salarial para dar poder de compra aos trabalhadores. Nós só admitimos conversar com o PT se a proposta deles for maior que R$ 240,00”, garante Inocêncio.

Apesar das intenções da futura oposição, o presidente do PT, José Dirceu, não está preocupado. Ele declarou ontem que o Partido dos Trabalhadores “não terá dificuldades” em conseguir formar uma aliança de modo a garantir a maioria no Congresso Nacional. “Não haverá dificuldade para se chegar à maioria”, disse o deputado, que deve se reunir com representantes do PSDB, PTB e PFL na próxima semana. Dirceu desconversou sobre a possibilidade de presidir a Câmara dos Deputados. “Não sou candidato a presidente da Câmara. Sou presidente do PT e deputado federal reeleito”, disse.

Dirceu negou também que tenha conversado sobre a presidência do Senado na reunião com José Sarney (PMDB/AP). O senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) afirmou ontem, após encontro com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, que sua candidatura à presidência do Senado está mantida. Mas, segundo Sarney, o assunto não foi tratado com Lula, embora no dia anterior PT e PMDB tenham feito um acordo para fazer valer os regimentos internos da Câmara e do Senado, segundo os quais a maior bancada indica o presidente de cada uma das Casas. O PT tem o maior número de deputados e o PMDB o de senadores.

Ontem Lula enfrentou um cena curiosa. A desempregada Ieda Coelho Moura conseguiu pagar uma promessa que estava pendente há dez dias. Durante as eleições, ela prometeu à Nossa Senhora Aparecida que entregaria uma imagem a Luiz Inácio Lula da Silva caso o petista ganhasse a disputa presidencial. Graças ou não à promessa, Lula ganhou e ontem a recebeu. Ieda tentou entregar a imagem na terça-feira passada, quando Lula foi à Brasília pela primeira vez depois de eleito. Apesar de o petista ter descido do carro e cumprimentado eleitores, o tumulto não permitiu que Ieda chegasse até ele.

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