Oposição tem assinaturas para a CPI do mensalão

Antonio Cruz / ABr

Renan Calheiros se reuniu com
os líderes de todos os partidos.

Brasília – O PFL conseguiu reunir ontem 28 assinaturas num requerimento que pede a abertura de uma CPI no Senado para apurar as denúncias de pagamento de mesada a parlamentares da base aliada na Câmara. A CPI funcionaria paralelamente a outra que a oposição tenta abrir na Câmara, também para apurar o mensalão. Para criar uma CPI no Senado são necessárias 27 assinaturas.

O PMDB divulgou nota na tarde de ontem dizendo que apóia a investigação de denúncias recentes em três CPIs: a dos Correios, a do denominado ?mensalão? e outra do Instituto Brasileiro de Resseguros (IRB). O documento é assinado pelo presidente do partido, Michel Temer (SP), pelos líderes na Câmara, José Borba (PR), e no Senado, Ney Suassuna (PB), além de vários outros deputados. Segundo a nota, o partido defende firmeza nas investigações, mas serenidade na busca dos fatos. O texto diz que o PMDB não ?incentivará gestos meramente políticos ou eleitorais?.

Em reunião com os líderes partidários recomendou que os líderes entrassem em acordo para a instalação da CPI ainda ontem. Renan reafirmou o compromisso de fazer avançar as investigações para preservar as instituições e a governabilidade. O presidente do Senado ressaltou que o recesso parlamentar de julho não interromperá as investigações. Segundo ele, mesmo que haja recesso, ?a CPI funcionará ou as CPIs funcionarão?.

?É ilusão alguém imaginar que vai restringir a investigação ou alargá-la além do fato determinado. A sociedade vai acompanhar o andamento e os rumos da investigação, como está fazendo agora?, declarou, ainda, Renan.

Fantasia

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que considera ?fantasiosa? a possibilidade de que haja de 80 a cem deputados recebendo o mensalão. Paulo Bernardo disse que o governo está tranqüilo, porque fez a sua parte ao determinar investigação da Polícia Federal e da Corregedoria-Geral da União, assim que soube do caso. O ministro afirmou que nunca ouviu falar da suposta mesada, a não ser numa reportagem publicada em setembro do ano passado.

?Com toda sinceridade, o Congresso funciona de maneira transparente. É muito difícil fazer qualquer reunião reservada no Congresso, porque logo todo mundo sabe o que está ocorrendo. Portanto, a idéia de que haveria de 80 a cem deputados recebendo dinheiro mensalmente me parece uma coisa completamente fantasiosa e inventada, porque não haveria a menor chance de isso ser feito sem que o país tomasse conhecimento em poucos dias?, disse Paulo Bernardo.

Ele garantiu que o trabalho dos parlamentares não será paralisado pela crise política. ?O Congresso vai se debruçar sobre a CPI e teremos período em que as votações vão andar de forma mais lenta. Mas o que eu tenho percebido é que os líderes, inclusive os da oposição, têm se comportado de maneira conseqüente. Portanto, uma ou outra fala irresponsável não vai dar o tom (do processo)?, disse o ministro.

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