A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de congelar o envio de novas medidas provisórias ao Congresso, enquanto seus líderes negociam as mudanças no rito de tramitação das MPs, foi bem recebida pela oposição, mas nem por isso o DEM e o PSDB vão suspender a obstrução da pauta.
?É um bom sinal e um bom começo, mas não muda nada porque gato escaldado tem medo de água fria?, diz o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
A intenção de limitar a assinatura de MPs foi anunciada na quinta-feira (20) pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, que acompanhou Lula em viagem ao Paraná e a Santa Catarina.
Para voltar à mesa de negociações e pôr fim à paralisação, partidários do DEM e tucanos querem não só o compromisso do presidente Lula de congelar as MPs, mas também dos líderes governistas e aliados de votar novas regras para a tramitação dessas medidas. E tudo isto dentro de um prazo que considerem razoável, de uns 30 dias.
?Tem que haver um compromisso público e claro de todos os líderes, na Câmara e no Senado, de nos sentarmos à mesa para discutir o novo rito processual das MPs, que é o mais importante?, cobra o líder José Agripino. Ele entende que é hora de a oposição exigir uma solução definitiva para a questão das medidas provisórias, o que envolverá, também, os presidentes das duas Casas.
A oposição argumenta que outros acordos e promessas presidenciais não foram cumpridos é que, por esta razão, é preciso mais do que uma sinalização positiva do Palácio do Planalto para que se retome a rotina de votações no Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.