Oposição promete reagir às medidas provisórias

Os partidos de oposição pretendem reagir fortemente à decisão do governo de liberar cerca de R$ 26 bilhões em créditos extraordinários, por meio de medidas provisórias, em vista da demora na aprovação do Orçamento da União.

 O líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que, se depender de sua vontade, o partido contestará na Justiça a decisão. "Essa decisão do governo é claramente inconstitucional e demonstra um abuso de poder. Não podemos concordar com isso", diz Maia.

O deputado lembra que a decisão de recorrer à Justiça precisará ser ratificada pela bancada do PFL. Mas ele não tem dúvidas de que esse é o único caminho a ser seguido.

"Vou consultar a bancada, mas é preciso que seja feita essa contestação porque o governo está nitidamente passando dos limites. Numa democracia, qualquer governo que não tem maioria, negocia dentro do Congresso para conseguir aprovar os projetos de seu interesse. Somente um governo como o do presidente Lula apela para recursos diferentes quando não consegue maioria", afirma.

O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), afirmou que o governo não tem capacidade de negociar com o Congresso e por isso está editando medida provisória para tratar de recursos orçamentários. Ele nega que a oposição esteja impedindo a votação do Orçamento de 2006. "Com a MP, o governo dá demonstração explícita de perda de controle político do Executivo com o Legislativo", afirmou Agripino.

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