Oposição pede impeachment de Lula

A oposição subiu ontem o tom ao voltar a falar em abertura de processo de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No Senado, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) defendeu abertamente que seja protocolado pedido de impeachment, mesmo diante da constatação de que um eventual processo contra Lula só seria concluído após as eleições.

"Mesmo que não seja votado a tempo, temos que entrar com pedido de impeachment", afirmou o senador da tribuna. E acrescentou: "Até por muito menos, por um Fiat Elba (que ganhou de presente), o presidente Collor foi posto para fora". No entender de ACM, foi "por gentileza" que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, não citou Lula na denúncia sobre o mensalão. "Mas eu não tenho obrigação de ser gentil", disse o senador.

Até agora, ACM dizia que a oposição não queria o "impeachment" de Lula e que o afastamento do presidente seria feito por meio das urnas, nas eleições deste ano. Em entrevista, após o discurso de ontem, o senador esclareceu que um eventual processo de impeachment representaria um gesto político importante que poderia enfraquecer a candidatura à reeleição do presidente.

No entanto, não descartou a possibilidade de Lula posar de vítima e usar o pedido de impeachment a seu favor na campanha pela reeleição. Mas isso, segundo ele, é um risco que a oposição terá de correr. Ele disse que tem informação de que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai se reunir no dia 28 para discutir a abertura de processo contra Lula.

Na Câmara, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), informou que o partido vai aprovar hoje, em reunião de sua executiva com a bancada parlamentar, a posição favorável ao impeachment. Freire disse que o partido não pode tomar a iniciativa de pedir o impeachment de Lula, mas que fará questão de deixar clara sua posição sobre essa questão. O presidente do PPS argumentou que o impeachment de Lula se impõe porque são muito graves as denúncias contidas no documento do procurador-geral, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.

"Estou me baseando na denúncia do procurador de que uma quadrilha assaltou o Estado brasileiro para permanecer no poder" afirmou o presidente do PPS. "Falta alguém na denúncia. É o sujeito oculto, e é necessário dar o nome dele: ele é o presidente da República e é o chefe desses que assaltaram o Estado."

Reeleição

Enquanto issso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensifica seus esforços visando a reeleição. Com pesquisas que apontam para o fortalecimento da tendência do voto pró-reeleição de Lula nas cidades pequenas e médias, o governo voltou a atenção para estes locais. O último número do boletim oficial "EmQuestão", editado pela Secretaria-Geral da Presidência, faz a publicidade da importância dos investimentos da administração federal nos municípios.

De acordo com o boletim oficial, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva investiu nas cidades, nos últimos três anos, nada menos do que R$ 49,66 bilhões em assistência social, educação, habitação, saneamento básico, apoio ao turismo, Previdência Social, preservação do meio ambiente e até relações internacionais.

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