O líder da oposição no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), disse nesta terça-feira (12) que a oposição vai obstruir as votações no Senado e também a votação do projeto de Lei Orçamentária de 2008, com o objetivo de conseguir ocupar a presidência ou a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista dos cartões corporativos. Conforme informações da Agência Senado, essas afirmações foram feitas ao final da reunião de líderes realizada hoje.

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Virgílio declarou ainda que os parlamentares da oposição não ocupam a presidência e a relatoria das CPIs "há anos" e que, se o governo se recusar a abrir espaço, vai "se desmoralizar" e a CPI será "natimorta". Ele informou ainda, de acordo com a Agência Senado, que a oposição concordou apenas em votar três proposições hoje e amanhã, a pedido do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). O processo de obstrução terá início caso a pauta da Casa seja trancada por uma Medida Provisória.

As três proposições que serão votadas, por acordo, são: o projeto de resolução que obriga que senador sob investigação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar afaste-se de cargos na Mesa (PRS 37/07), um acordo internacional do Brasil com Gana sobre serviços aéreos (PDS 221/07) e o projeto que desobriga a União a recorrer a instâncias superiores em todos os processos em que for ré (PLC 6/05). "São matérias que escolhemos por acordo, por serem de interesse público", disse Virgílio.

CPMF

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O senador destacou também que a oposição deseja debater a atitude do governo que descumpriu acordo após o Senado derrubar a proposta de emenda à Constituição que prorrogava a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira(CPMF). Segundo o senador, o governo havia concordado em não aumentar impostos desde que a oposição aprovasse a renovação da Desvinculação de Recursos da União(DRU).

Virgílio declarou que a DRU foi mantida, mas o governo promoveu, no início deste ano, a elevação nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Além disso, segundo o senador, o governo não destinou "um tostão" do aumento desses impostos para a saúde. Essa atitude, na opinião de Arthur Virgílio, demonstra que o governo não era "verdadeiro nem sincero" quando defendia a prorrogação da CPMF para financiar a saúde pública.

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