São Paulo – O cientista político Fernando Abrucio afirmou ontem que a oposição não conseguirá paralisar o Congresso em 2005 nem criar um "vácuo político" como o de 2004, que dificultou o avanço da agenda legislativa. Neste ano, Abrucio afirmou acreditar que o governo do presidente Lula terá mais facilidade para conseguir a aprovação de reformas importantes ao País, como a tributária, e projetos sobre as agências regulatórias.
A favor da gestão, o cientista político citou três fatores. A recomposição da base governista fortaleceu a administração federal no Senado, aonde o Poder Executivo não teve maioria nos dois primeiros anos. A potencial eleição do líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), como presidente do Congresso, com o apoio incondicional do presidente do Legislativo, senador José Sarney (PMDB-AP), assegurou uma maioria folgada para o Executivo na Casa. Apesar da indefinição sobre a eleição para presidente da Câmara, Abrucio disse crer que é pequena a chance de derrota do Palácio do Planalto e, conseqüentemente, do candidato Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).
Nesses dois primeiros anos de mandato, a base governista na Câmara foi fiel ao Planalto e deve continuar. O segundo ponto citado pelo cientista é o bom momento econômico brasileiro, que se reflete na alta popularidade de Lula nesta virada de ano. O terceiro fator resulta dos dois anteriores: a boa situação da União e o fato de 2005 não ser um ano eleitoral.