Jales e São Paulo (AE) – O candidato a governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem, em Jales, na região noroeste do estado, que são fortes os indícios de que há ligações entre o PT e o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa à qual são atribuídos os atentados ocorridos em todo o estado há dois meses e na capital paulista nos últimos dias. "Há indícios, sim. Basta você olhar manifestos do crime organizado, o que eles dizem sobre a política e coisas que se diz que eles (PCC) dizem, inclusive nas gravações. Eu não diria que há provas, mas isso merece ser investigado", afirmou.

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O senador José Jorge (PFL-PE), candidato a vice-presidente da República na chapa do candidato da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, também foi na mesma linha. Ele disse que há interesses eleitorais por trás dos atentados praticados em São Paulo pela organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

José Jorge não vinculou diretamente as ações criminosas ao PT, como fizeram Serra e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), quarta-feira, mas manifestou a suspeita de que os ataques do PCC têm por objetivo prejudicar a candidatura de Alckmin, que foi governador de São Paulo até recentemente. "Há uma coincidência: quando as pesquisas estão a favor de Alckmin, os ataques recomeçam. O PCC trabalha de acordo com as pesquisas", afirmou o candidato a vice-presidente.

PT contra-ataca

O presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), rebateu as afirmações da oposição. "O PT considera isso tudo uma demonstração de desespero eleitoral, uma tentativa de manipular a opinião pública e de repassar responsabilidades", disse Berzoini.

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Segundo Berzoini, a população brasileira saberá olhar para as afirmações como uma manifestação de oportunismo político por parte de Alckmin e Serra, que segundo ele se enquadram cada vez mais "na direita brasileira". "É o triste fim do PSDB como porta-voz da Arena", disse o presidente nacional do PT, em referência ao partido que dividiu a cena política brasileira com o MDB durante o regime militar.

Berzoini sustentou que o PT vem tentando debater a questão da violência em São Paulo durante os 11 anos de administração do PSDB no estado, sem atribuir aos tucanos o crescimento do PCC. "Acho importante debater esta questão do ponto de vista político, mas não ‘eleitoralizá-la’", disse.

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