Brasília – A votação do texto principal da reforma previdenciária mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode contar apenas com a base governista para aprovar projetos considerados prioritários. A reforma foi aprovada com 358 votos, 50 a mais do que o necessário. No entanto, se apenas o PSDB e o PFL tivessem votado em bloco contra a matéria, a proposta não passaria. Juntos, o PSDB e o PFL deram 61 votos para o governo. Sem esses votos, o governo conseguiria apenas 297 votos, onze a menos que os 308 exigidos. Os tucanos e os pefelistas são os únicos que fazem oposição formal e de fato na Câmara ao governo. Juntos, os dois partidos têm 128 parlamentares.
Os 61 votos representam quase a metade disso. O PSDB, que tem 59 deputados, deu 28 votos à reforma. O PFL, que tem 69 deputados, deu 33 votos. Se o PT tivesse conseguido que toda a sua bancada votasse a favor da reforma, não teria precisado da oposição. Dos 93 deputados petistas, 80 votaram sim à proposta. Outros nove se abstiveram. João Batista Araújo, o Babá (PA), Luciana Genro (RS) e João Fontes (SE), da ala radical, votaram contrários à proposta. O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) não votou por ser presidente da Casa. Nenhum partido da base governista votou inteiro a favor do projeto. No plenário, havia 494 parlamentares. Houve 126 votos contrários.