Para evitar ser surpreendida por mais uma manobra do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que opera para travar a investigação que responde no Conselho de Ética, a oposição montou um esquema de plantão para a próxima terça-feira. Salvo alguma fatalidade, o pedido para aprofundar a perícia nos documentos será, mesmo, encaminhado à Polícia Federal, depois da reunião da Mesa.
O principal motivo da expectativa é que a decisão agora não mais compete a Renan e, sim, ao primeiro-vice-presidente, senador Tião Viana (PT-AC), ou – na falta dele – a quem vier a comandar a reunião. "Como o pedido já foi despachado e a data marcada, não depende mais do senador Renan", alegou o senador Demóstenes Torres. "A Mesa não tem mais desculpas para não agir". "Estou confiante que tudo será resolvido, os membros da Mesa são favoráveis ao prosseguimento da perícia", assegura o senador Renato Casagrande, um dos relatores do processo contra Renan.
Para evitar que Renan venha a ser bem sucedido na tentativa adiar a entrega do pedido para agosto, se não houver quórum, dirigentes do PFL e do PSDB tomaram as devidas precauções. Eles garantem que seus representantes não faltarão à reunião. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), afirma que o Planalto não vai interferir de nenhuma forma no que entende ser "problemas internos do Senado". O "Senado é autônomo, cabe apenas à sociedade supervisioná-lo", alega.