Foto: Antonio Cruz/Agência Câmara |
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Chinaglia e Rebelo: candidato petista demonstra contar com mais votos na base aliada e comunista depende da oposição. |
Um grupo formado por cerca de 20 deputados do PSDB e do PFL anunciou ontem apoio à candidatura do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) na disputa pela presidência da Câmara. Atual presidente da Casa, Rebelo conversou com os parlamentares durante almoço na residência oficial, no Lago Sul.
Após o almoço, os deputados deram entrevista confirmando o apoio ao deputado do PCdoB. Entre eles, o deputado Luiz Carlos Hauly(PR) e o senador Albano Franco (SE), do PSDB, os deputados Rodrigo Maia (RJ), Ronaldo Caiado (GO) e Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), do PFL. ?A candidatura de Aldo está crescendo não só no PFL, mas em outras bancadas. Hoje, acredito que 60% da bancada pefelista esteja com ele?, calcula Rodrigo Maia, líder do PFL na Câmara.
Hauly disse que uma terceira via enfraqueceria a candidatura de Aldo e fortaleceria a de Chinaglia. ?E isso não nos interessa?, disse ele. Para Aldo Rebelo, o encontro serviu também para listar sugestões para o próximo biênio legislativo. ?Tenho conseguido adesões importantes tanto na base do governo, quanto na oposição?, disse o candidato a reeleição. Segundo ele, à disputa com Chinaglia não é nem fratricida, nem fraterna, mas apenas um disputa política.
Logo depois do almoço, Aldo e o grupo do PFL foram para Taguatinga, no Distrito Federal, para uma reunião com o governador do DF, José Roberto Arruda, único eleito pela legenda para o cargo de governador nas últimas eleições.
?Acho que Aldo Rebelo representa uma visão não hegemônica da política. Não é bom para a democracia a hegemonia partidária. O PT fez o presidente da República, então seria bom que deixassem que outros partidos elegessem os presidentes da Câmara e do Senado?, defende Arruda.
No entanto, a terceira via -uma terceira candidatura – ainda não está sepultada. A decisão do PMDB de apoiar o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), na eleição para a presidência da Câmara não vai mudar as estratégias do grupo de parlamentares que articula o lançamento de uma candidatura alternativa.
Inicialmente, o grupo tinha a esperança de que o PMDB fizesse valer a condição de maior bancada da próxima legislatura e apresentasse um candidato próprio, compromissado em lutar pela autonomia da Câmara. Mas, diante da opção peemedebista por Chinaglia e da manutenção da candidatura do atual presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), cresce a chance de o grupo lançar um terceiro nome na disputa pelo cargo mais importante da Câmara.
Um dos líderes do grupo da chamada ?terceira via?, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), reafirmou a intenção de buscar o apoio de todos os deputados às sete propostas apresentadas, no início da semana. Jungmann aposta na divisão interna do PMDB e pretende procurar, inclusive, os dissidentes do partido que não seguirem a orientação de apoio a Chinaglia.
?No que diz respeito a nós, vamos procurar esses dissidentes e propor que eles se integrem à terceira via. Nós entendemos que é por aí que vamos recuperar a imagem da Câmara; romper com o passado e, sobretudo, com essa legislatura de crises e escândalos; dar um choque republicano, ou seja, aplicar o princípio da decência a todos os atos da mesa diretora e da presidência; e, sobretudo, deixar de ser o quintal do Palácio do Planalto, que tanto a candidatura de Arlindo quanto a de Aldo só vão dar continuidade?, ressaltou.
