Além de tentar impedir o adiamento das sessões do Conselho de Ética, os defensores da cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esperam que surjam novas evidências contra o senador. Depois de ser absolvido da acusação de que Cláudio Gontijo, lobista da empreiteira Mendes Júnior, bancou suas despesas pessoais (entre elas pensão e aluguel da jornalista Mônica Veloso), esses senadores avaliam que, se não surgirem novos fatos, dificilmente ele será condenado nas três representações que ainda serão analisadas.

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Na opinião do senador Renato Casagrande (PSB-ES), relator junto com Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE) da primeira representação contra Renan, o problema não é condená-lo no Conselho de Ética. ?Lá, com voto aberto, o ambiente é francamente desfavorável a ele?, diz. A questão será juntar provas suficientes para dobrar o plenário, onde o prestígio de Renan é alto.

?Sem provas novas, essa tarefa será bem mais difícil?, reconhece Casagrande que, em parecer conjunto com Marisa, pediu a cassação de Renan. O senador capixaba teme também que o ex-deputado e usineiro João Lyra acabe não depondo ao Senado no caso avaliado na terceira representação, que apura se Renan foi sócio oculto de duas emissoras de rádio e um jornal. Em entrevistas, Lyra tem confirmado a história, mas os defensores da cassação acham que depoimento público poderia ser decisivo.

Para Demóstenes Torres (DEM-GO), depois de se expor publicamente reforçando suas acusações, não resta outra alternativa a Lyra senão a de colaborar com o conselho.

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Por conta da pressão da oposição, o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), marcou para amanhã reunião que decidirá se as três representações serão unidas num só pacote. Demóstenes voltou a cobrar de Quintanilha a indicação do relator para a denúncia das rádios. O presidente do colegiado demonstra, nesse caso e no que trata da suspeita de envolvimento de Renan em coleta de propina em ministérios do PMDB (a quarta representação), desinteresse em nomear o relator.