O delegado de Vinhedo (SP) Angelo Santucci Noventa Júnior ouviu na manhã de hoje o terceiro de cinco operadores do parque de diversões Hopi Hari que trabalhavam no brinquedo de onde caiu a adolescente Gabriella Nichimura, de 14 anos. O depoimento de Edson da Silva, de 23 anos, diverge das versões apresentadas por outros dois operadores que prestaram depoimento anteriormente. “Existe uma hipótese de acareação”, afirmou o responsável pela investigação.
Noventa Júnior explicou que o principal ponto de discrepância entre os depoimentos é a posição que cada um dos operadores ocupava no dia do acidente. Segundo a polícia e a promotoria, Gabriella sentou-se numa cadeira do setor 3 da torre, que estava inutilizada havia ao menos 10 anos e deveria estar inoperante. Silva negou estar naquela seção da atração, ao contrário do que disseram Vitor Oliveira, de 24 anos, e Marcos Leal, de 18.
Segundo o delegado, o operador informou que os funcionários se revezam entre as seções do brinquedo e a cabine de operação durante o dia. Silva disse no depoimento que quem estava no setor 3 era Leal. Na fotografia mostrada pelos pais de Gabriella na semana passada aparecem Marcos Leal e Edson. O primeiro aparece em frente aos Nichimura, sentados nas cadeiras da seção 3. Na foto, Silva está ao lado do mesmo conjunto de assentos.
O advogado de Leal, Bichir Ale Bichir Junior, disse que seu cliente estava em movimento na hora da fotografia. Edson da Silva trabalhava no parque havia quatro meses e operava a torre havia duas semanas. O rapaz chegou acompanhado de dois advogados do Hopi Hari que defendem também as operadoras Amanda Cristina Amador, de 20 anos, e Luciana de Lima Ribeiro, de 40.
Ambas também trabalhavam no brinquedo do qual caiu Gabriella. As duas prestavam depoimento na tarde de hoje. Os funcionários e advogados do parque não deram entrevista. A assessoria do parque informou que o complexo de diversão colocou à disposição de funcionários assessoria jurídica e psicológica.