A Polícia Federal e a Brigada Militar do Rio Grande do Sul divulgaram balanço da Operação Patrimônio, realizada nesta terça-feira (4), em que foram presos 62 acusados de roubo e clonagem de veículos em cidades da região metropolitana de Porto Alegre e em Florianópolis. Outros 12 mandados de prisão preventiva ou temporária expedidos pela Justiça ainda restam para serem cumpridos. Os policiais seguem na busca, mas admitem que algumas das pessoas procuradas podem ter fugido para o Uruguai. Também foram apreendidos 50 automóveis.
Segundo o delegado Rafael França, os grupos não agiam sob uma única coordenação, mas tinham em comum o uso dos serviços de falsificadores de placas, numeração de chassis e de selos, classificados como "operadores físicos". Tinham também em comum serviço de falsificadores de certificados de registro, carteiras de motorista e de identidade, qualificados de "operadores documentais", instalados na cidade de Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre.
A investigação mostrou que os grupos agiam preferencialmente em bairros de classe média alta e roubavam vários carros por dia, muitas vezes rendendo a vítima de manhã ou seguindo-a na saída de bares, restaurantes ou festas. "Além disso, transportadores de cigarros falsificados, drogas e contrabandistas de outros Estados adquiriam os veículos roubados no Rio Grande do Sul para suas ações", revela França.
Entre os presos estão um policial civil e um agente penitenciário, que, como os outros 60, serão indiciados por roubo, formação de quadrilha, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, falsificação de documento público e estelionato. A Operação Patrimônio contou com 326 policiais federais, inclusive equipes deslocadas do Acre e do Distrito Federal, e 60 policiais militares, que usaram 70 veículos e dois helicópteros durante as buscas.