A nova paralisação do tráfego aéreo incomodou o Palácio do Planalto. No início da noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado de que havia problemas no Aeroporto de Brasília e a Aeronáutica tinha informações de que se tratava de uma operação padrão. O presidente pediu mais informações e ordenou que fosse procurado o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, que está na França.

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Fontes militares ouvidas ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo atribuíram os problemas no sistema de controle de tráfego aéreo de Brasília (Cindacta-1) a ?uma operação tartaruga que teria sido colocada em prática pelos controladores?. Com isso, eles teriam reduzido o número de aeronaves monitoradas por cada operador de 14 para 7 ou 8, reduzindo o ritmo dos pousos e decolagens. No entanto, a informação repassada ao presidente Lula foi a de que não havia como provar a má intenção de controladores.

Segundo militares, a estratégia dos controladores começou a ser colocada em prática no começo da semana, quando os sargentos apontaram supostos problemas nas telas dos terminais. As regras do controle dizem que um operador não pode trabalhar se verificar alguma imperfeição no equipamento.

A operação padrão no Cindacta-1 causou ontem atrasos e cancelamento de vôos em quase todo o País. Os Aeroportos Internacionais Tom Jobim, no Rio, e Tancredo Neves, em Minas, chegaram a ser fechados. O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, admitiu que ?pelo menos 80% de todo o tráfego aéreo? no País foi afetado e o problema deve ter reflexos hoje, com mais atrasos nos aeroportos. Ele previu que ?haveria uma madrugada de atrasos?. ?O efeito cascata é inevitável?, disse.

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