O Saco do Eustáquio, no norte de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, é descrito pelos turistas como um local com mar de águas claras e tranquilas, com muito verde em volta, formando um cenário paradisíaco. No último fim de semana, equipes da Ação Lixo Marinho constataram que a beleza da paisagem está sendo empanada por um verdadeiro “lixão” flutuante.

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A correnteza marinha empurrou para aquele paraíso natural uma onda de detritos como isopor, garrafas PET, chinelos, plásticos, embalagens de óleo e trabalhas de pesca, além de latinhas de cerveja.

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Os agentes recolheram só ali, no último domingo, 31, 180 quilos de lixo. Além do material flutuante, foram feitos mergulhos para recolher lixo submerso. Como o material é leve e volumoso, foram usados vários barcos para remover os detritos.

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De acordo com o diretor da Operação Praia Limpa, Rogério Vieira Lima Muniz, a geografia da região e as correntes marítimas fazem com que o lixo de uma grande extensão da orla vá parar naquele local. “É um lugar bonito, mas a quantidade de lixo causa impacto. O lixo vem de todo lugar, por isso a importância de conscientizar as pessoas para o descarte correto.”

Donos de restaurantes na região costeira do Eustáquio observaram que o “lixão” afugenta os turistas. Conforme os relatos, os barcos se aproximam e, quando constatam a sujeira, acabam indo embora. A bióloga marinha Roberta Gomes, que atua no projeto, disse que o lixo é também uma grande ameaça à vida marinha. Além de engolirem plásticos e detritos que podem matá-los, animais e aves ficam presos em linhas e redes abandonadas pelos pescadores. “Eles ferem, mutilam e chegam a matar centenas de baleias, focas, tartarugas e aves”, disse.

A Ação Lixo Marinho é realizada pela empresa Operação Praia Limpa, contratada pela prefeitura de Ilhabela, com apoio da iniciativa privada. A retirada do lixo nas praias e no mar é realizada principalmente nos fins de semana. Ao mesmo tempo, é feito um trabalho de conscientização dos turistas, pescadores e comunidades costeiras.