Pelo menos 11 pessoas foram presas hoje, durante operação contra quadrilha acusada de praticar crimes de concussão, prevaricação, usurpação de função pública e facilitação de acesso a aparelho telefônico a presos no Rio de Janeiro. Cinco suspeitos estão foragidos. Os mandados de prisão foram cumpridos na capital, Niterói, Teresópolis e Nova Friburgo.
Os 16 suspeitos foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Entre eles estão o Delegado de Polícia Civil e Coordenador do Núcleo de Controle de Presos (NUCOP), Renato Soares Vieira, oito policiais civis, seis detentos e uma servidora, ao Juízo da 2ª Vara Criminal de Nova Friburgo.
Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ), o grupo tinha o controle sobre as transferências dos presos da Polinter – Base Nova Friburgo para outras unidades prisionais. Eles são acusados de montar um esquema de arrecadação de vantagens ilícitas ao exigir dinheiro dos presos ou de seus familiares para impedir essas transferências, como também para a realização de visitas comuns e íntimas. A investigação identificou uma tabela de preços, onde era cobrado R$ 10 por hora por visitas e cerca de R$ 1.500 a R$ 3 mil para evitar transferências de presos.
Denominada Operação Faraó, a ação teve por base investigações iniciadas pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Nova Friburgo e, posteriormente, conduzidas pela Corregedoria-Geral Unificada (CGU).
A investigação teve por base prova testemunhal e conversas telefônicas que flagraram diálogos entre os membros da quadrilha, descrevendo as práticas criminosas realizadas até outubro deste ano.